Inflação dos Alimentos subiu 0,47% em maio de 2022
Apesar da desaceleração da inflação, que subiu apenas 0,47% em maio – abaixo das projeções do mercado -, já são 9 meses seguidos com a inflação anual rodando acima dos dois dígitos. A inflação acumulada em 12 meses é a maior para maio desde 2003. O consumidor sente o impacto no bolso, quando abastece o carro ou vai ao supermercado. De acordo com dados da empresa de inteligência de mercado Horus, em parceria com o Ibre FGV, Manaus está entre as capitais brasileiras onde a alta nos preços dos alimentos é mais intensa. Segundo a pesquisa, os itens alimentícios em Manaus ficaram 2,5% mais caros na comparação com abril, uma alta que só fica atrás de Fortaleza, onde o acréscimo foi de 2,8%.
O sinal de que a alta nos preços pode dar uma freada daqui para frente é animadora, mas ainda não é consenso entre os analistas de mercado. Além disso, a pressão no bolso é acentuada pelo fato de que não houve aumento real nos salários. Há também o efeito colateral do remédio usado contra a inflação: o aumento dos juros. Como se sabe, é uma medida amarga, que força a contenção dos preços na medida em que encarece o crediário e os empréstimos, reduzindo o consumo. Porém, o resultado disso é um esfriamento da economia, o que deve retardar ainda mais a esperada retomada do crescimento.
Em meio a esse cenário de incertezas, o País precisa encontrar formas de conter a alta dos preços sem engessar o crescimento, o que não é nada simples. Mas pedir aos supermercados para segurar os preços, sacrificando os próprios lucros, é inútil. Os comerciantes, sobretudo os pequenos varejistas, já atuam com margem de lucro super restrita, no limite para a sobrevivência do negócio. Uma forma de viabilizar preços melhores seria por meio da desoneração de impostos. Foi o que a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) sugeriu ao governo: isenção de impostos para os produtos da cesta básica e desoneração da folha de pagamento.
Uma ofensiva nacional contra a alta nos preços dos alimentos seria possível se houvesse sinergia entre os governos federal e estaduais, com desoneração geral dos alimentos e repasse da diferença aos preços finais. Porém, essa conta não é fácil e a tal sinergia entre as esferas federal e estaduais é algo que não se vê há muito tempo.
Fonte Acrítica
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