Estudo aponta Amazonas o terceiro estado do país com menos médicos por habitantes
Foto: Ascom/HRBA |
O Amazonas é o terceiro estado do Brasil com menos de dois médicos por mil habitantes, segundo dados da Demografia Médica no Brasil 2023. O estudo, divulgado em fevereiro deste ano apontou, ainda, que o Norte é a região com menos médicos por habitantes do país.
Segundo o levantamento, o Amazonas tem 4,2 milhões de habitantes e 5,7 mil médicos, com uma proporção de 1,36 médicos para cada mil habitantes. No levantamento geral, o estado está atrás apenas do Pará, que tem 1,18, e do Maranhão, que tem 1,22 de razão.
O estudo destacou os cinco piores índices. Veja:
Roraima - 1,64
Acre - 1,41
Amazonas - 1,36
Maranhão - 1,22
Pará - 1,18
Em Manaus, a proporção sobe, com 2,39 de médicos para cada mil habitantes. No entanto, a capital amazonense ocupa a quarta posição no ranking das capitais com menos médicos, ficando atrás de Macapá (2,12), Rio Branco (2,25) e Boa Vista (2,32).
Menos médicos na Região Norte
Com 18.906.962 habitantes e 27.453 médicos, a Região Norte tem uma razão de 1,45 médicos por mil habitantes. É a menor proporção de profissionais da área por mil habitantes das regiões do país, segundo dados da Demografia Médica no Brasil 2023.
O estudo aponta que a região é seguida pelo Nordeste, onde há uma razão de 1,93 médicos por mil habitantes. O Sudeste tem a maior razão de profissionais da área por mil habitantes no país, com 2,95 médicos.
De acordo com o médico Raul Canal, presidente da Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (Anadem), o levantamento mostra que o Brasil sofre com uma grande desigualdade na distribuição dos profissionais.
Além disso, a proporção de profissionais da área atuando em municípios pequenos e mais distantes dos grandes centros urbanos é ainda menor, contribuindo para a falta de acesso de parte da população a serviços básicos de saúde.
"Analisando o cenário, não é difícil constatar que a má distribuição de profissionais não resulta de um suposto desinteresse dos médicos, que até chegam a migrar para essas regiões. O grande problema é que acabam desistindo de atuar nessas cidades, onde notam a ausência de uma infraestrutura mínima: não há hospitais, postos de saúde, unidades especializadas, remédios, transporte. Não há o mínimo para atender com dignidade", avaliou o presidente da Anadem.
*G1
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