Guardiã da floresta: empreendedora gera renda por meio de cosméticos naturais da reserva sustentável Puranga Conquista
Foto: SECOM |
Com mais de oito anos de criação, a Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Puranga Conquista, na Margem Esquerda do Rio Negro, é protegida por comunitários em parceria com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), e desenvolvida por comunitários que geram renda sustentável por meio da floresta.
Incentivar e disseminar práticas que atuam em prol da conservação da Amazônia é um dos objetivos de Elizangela Borges, de 40 anos, pioneira no desenvolvimento de cosméticos dentro de uma RDS e proprietária da Pousada Yara o Encanto da Floresta.
"A nossa primeira oficina na nossa comunidade foi sobre o xarope de Jatobá e a pomada milagrosa. Aquela vontade de levar saúde para as pessoas através dos cosméticos foi nascendo em mim. Meus primeiros sabonetes foram de copaíba e andiroba, que vieram a nascer em 2020. O Yara nasceu justamente com o objetivo de levar para os cosméticos os benefícios por meio das plantas e ervas medicinais", disse.
A guardiã do meio ambiente contou que a ideia da linha de cosméticos deu tão certo, que já exportou os produtos naturais para os países da Rússia, Índia e Estados Unidos. Já no âmbito nacional, Elizangela exporta para os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e para todo o Amazonas.
"As pessoas começaram a provar esse produto, começaram a se interessar e encomendaram os produtos. O retorno para mim é muito gratificante. Falo que a natureza vale muito mais em pé do que derrubada. A gente precisa desse ar para viver e a floresta para se manter em pé precisa ter o nosso respeito", enfatizou.
O material da Usina de Cosméticos, que produz sabonete, shampoo e óleos essenciais, é todo retirado das árvores da Comunidade Bela Vista do Jaraqui, RDS, que fica dentro da Reserva Puranga Conquista.
RDS Puranga Conquista
A RDS Puranga Conquista foi criada em 2014. Inicialmente, a área integrava o Parque Estadual Rio Negro Setor Sul – que, por ser uma UC de proteção integral, não permitia a existência de moradores no local.
Com a recategorização da Unidade de Conservação, uma área de 77.011,46 hectares do Parque virou o que hoje é a RDS – UC de uso sustentável, que permite a existência de populações tradicionais integradas a um sistema de exploração sustentável dos recursos.
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